Assis Valente foi um dos compositores mais celebrados do país a
partir dos anos 1930, sendo gravado pelos maiores intérpretes à época.
Canções como Camisa Listrada, Brasil Pandeiro e E O Mundo Não
Acabou ainda são bastante lembradas. Foi celebrado desde Carmen Miranda
a Novos Baianos.
Uma melodia em especial virou hino, das raras músicas sobre o Natal que não foi baseada em cantigas estrangeiras.
Boas Festas é melancólica como o poeta baiano. Fala de um Papai Noel que não vem pra muita gente, algo que lhe frustrava e entristecia terrivelmente.
Carmen Miranda e Assis Valente: parceria de sucesso
Uma melodia em especial virou hino, das raras músicas sobre o Natal que não foi baseada em cantigas estrangeiras.
Boas Festas é melancólica como o poeta baiano. Fala de um Papai Noel que não vem pra muita gente, algo que lhe frustrava e entristecia terrivelmente.
Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem
De origem humilde, infância e adolescência das piores, a vida adulta também não lhe trouxe experiências boas. E as crises depressivas marcaram a história do compositor de sucesso.
Tentou acabar com a própria vida duas vezes. Numa delas, pulou do Corcovado - mas as árvores amorteceram a queda. Segundo biografia lançada em 2014, Valente tinha a cocaína entre vários vícios (leia reportagem da Folha de São Paulo).
Quando compôs Boas Festas, em 1932, encontrava-se sozinho e amargurado. Consta que escreveu a canção diante da gravura de uma menina triste, com os sapatinhos sobre a cama, à espera do presente.
Carlos Galhardo gravou e já sabemos o que aconteceu. Sucesso imortal. Mas isso não o fez viver melhor a vida. Terminou na profissão original: protético dentário.
Em 1958, endividado e derrotado, ingeriu formicida com guaraná. O corpo foi encontrado em um banco da velha prainha do Russel, na minha Glória, Rio de Janeiro. O poeta morava ali perto, na Rua Santo Amaro.
No bolso, uma carta ao amigo Ary Barroso, contando de seu martírio e pedindo para que quitasse as dívidas. E acrescentava: "Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos, e de tudo".
Ficaram as canções... e a certeza de que Papai Noel não traz felicidade para todos...
Clique aqui para ouvir "Boas Festas" de Assis Valente
Pesquisa: Robson Leite



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