A HISTÓRIA DE "FOI UM RIO QUE PASSOU EM MINHA VIDA": Perdão, Portela!

No final dos anos 1960, embora já compondo sambas e choros, Paulinho da Viola ainda era um desconhecido do público. Uma ótima chance para exibir seu talento na grande mídia surgiu graças ao Festival da Record de 1968. 

 
Uma música dele em parceria com o amigo Hermínio Bello de Carvalho (um bom amigo de meu pai também, ao lado do queridão de todos Cyro Monteiro) foi selecionada. Motivo de grande felicidade, porém (ai, porém!)...

O samba era Sei Lá, Mangueira "(...)Sei lá, não sei/ Sei lá, não sei não/ A Mangueira é tão grande/Que nem cabe explicação(...)" clique aqui para ouvir "Sei lá, Mangueira" com Paulinho da Viola

Linda. Elza Soares e Os Originais do Samba defenderam a canção com galhardia (clique aqui para ver a apresentação original de 1968). Mas era música de Paulinho, um dos grandes nomes... da Portela! Algo que deixou o poeta em certa crise existencial.



Elza Soares e Os Originais do Samba: Sei Lá, Mangueira, no Festival da Record de 1968


Ele passou muito tempo chateado pelo fato de alguns portelenses acharem que ele "traiu" a Águia Azul e Branca pra pousar o coração na Estação Primeira.

Mas da angústia renasceu o brilho do compositor. O pedido de desculpas veio com sua obra-prima Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida, gravada em 1970

Paulinho conta essa história no documentário Meu Tempo é Hoje, de Izabel Jaguaribe. Acesse o vídeo abaixo e assista ao trecho exato, que começa em 01:16:42.




A letra fala por ele até hoje. "(...)Se um dia/Meu coração for consultado/Para saber se estou errado/Será difícil negar (...)".

Foi. Passou. Rio levou.

 Veja o clipe de "Foi um rio que passou em minha vida"
 
 
Pesquisa: Robson Leite

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